
Ele olhava para ela com ternura e zelava para que ela dormisse serenamente. Era isso que ela sonhava, imaginava e sentia que estava mesmo a acontecer. Porém, ele começa a ficar irrequieto, evidenciando uma das características que a seduzia nele; ela que mantinha sempre uma postura rígida, principalmente quando estava com outras pessoas por puro medo de se expôr. Não fugindo à sua natureza, ele não consegue ficar deitado tranquilamente ao lado dela. Cruza as pernas, descruza-as, volta a cruzá-las. Depois, decide-se a cruzar os braços mas mesmo assim, não consegue ficar quieto por muito tempo. Apesar da sua desinquietude, há muita ternura e carinho no seu olhar. Ele deseja que ela adormeça tranquilamente. Na sua mão esquerda, uma rosa, plena no seu esplendor e ciente da sua beleza, exala um odor que só é perceptível aos apaixonados. Afaga com suavidade a face dela, percorrendo-a com as pétalas da rosa, inebriando-a e mergulhando-a mais no seu sono. As suas mãos esquerdas encontram-se e os dedos se entrelaçam e a rosa fica entre eles, orgulhosa por finalmente unir os amantes. Finalmente, ele consegue apaziguar a sua irrequietude. Ficam de mãos entrelaçadas e adormecidos.
Tudo não passou de um sonho.
Ela levanta-se e nem nota que no meio dos lençóis está uma pétala de rosa.
- Maggs -
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