Leão Tolstoy, em Yasnaya Polyana
No dia em que o Nobel da Paz foi para as alterações climáticas
"Centenas de milhar de seres humanos tentavam por todos os meios ao seu alcance destruir a terra em que viviam amontoados. Contudo, a despeito de se encarniçarem contra o solo - quer cobrindo-o de pedras para que nada germinasse, quer arrancando as ervas e derrubando as árvores, na ânsia de apagarem o mais pequeno sinal de vegetação, quer ainda escorraçando as aves e os outros animais e saturando a atmosfera com o fumo do carvão e do petróleo -, a Primavera nem mesmo na cidade deixava de impor os seus direitos.
Com efeito, o Sol brilhava ardentemente, a erva voltava a crescer - tanto onde fora arrancada, como por entre as pedras das ruas -, os jardins cobriam-se de espessos tapetes de verdura, os vidoeiros, os álamos e as cerejeiras enchiam-se de folhas tenras e fragrantes, as tílias floresciam, as gralhas, os pardais e os pombos construíam alegremente os seus ninhos e as abelhas e as vespas zumbiam à roda dos muros...
Tudo respirava alegria: as plantas, as aves, os insectos e as crianças. Apenas os homens continuavam a enganar-se e a atormentar-se mutuamente, pois só eles consideravam a ambição e a crueldade mais importantes e sagradas do que a divina beleza do Universo, criada por Deus com o fim de proporcionar ventura a todos os seres e predispô-los para a paz, a bondade e a ternura."
in Ressureição
2 comments:
ei: é domingo e não posta nada desde 6ª feira?!
que é isso menina?
preguiçou? anda na gandaia? explique-se.
Arega & Cª
Arega & Cª,
Organizando a casa e os pensamentos...
Um forte abraço.
Maggy
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